“Fiz o que pude para aumentar as formas. Coloquei muita espuma e enchimento, mas acho que na tromba, o cálculo saiu errado”!
“Rárára... não foi só na tromba, nunca vi bicho mais monstruoso, está todo deformado”, riam todos.
“Esse calor dos diabos! Parece que estou numa fornalha”, disse Pitoco abafado.
“Calma, vamos fazer uns ajustes, pode tirar a fantasia”. Foi quando tiveram uma surpresa nada agradável, o zíper emperrou, e nem a forte mulher barbada conseguiu libertar o anão entalado.
“Cortem a fantasia, tragam uma tesoura”, ordenou Pitoco, suando como nunca dentro do elefante, com os olhos já virados.
Nada rasgava o tecido, que tinha sido encomendado, para parecer de verdade. Mas era cinza brilhante, aparentava ser tudo, menos couro de elefante.
Sentindo-se uns tantos quilos mais magro, Pitoco desesperado, rugia feito leão: “Que enrascada, fiquei preso em minha própria invenção! Já anunciei para todos, que hoje é noite de estreia, de um elefante diferente, que sem manada ou parente, veio viver com a gente no Grande Circo do Sabão. Disse ainda que ele é raro, de um tipo que não vê por aí, por isso é agora, a principal atração”.
“Muitos ingressos já foram vendidos, não podemos ter prejuízo”! Lamentava ainda o anão.
De repente D. Bolota, quicando como uma bola, surge com a ideia para consertar a história. “ Pegue linha e agulha D. Bárbara”, disse ela dando mais um pulinho, “vamos costurar esse anão chorão”!
E acariciando a barba, como quem avalia a situação, continuou. “É só encurtar a tromba e fazer dois buraquinhos nessas narinas falsas, para melhorar a respiração. Depois uma bainha nas patas e mais pano nas orelhas, pois elefante de orelhinha não cola não”!
“Já que ele foi anunciado como sendo diferente e raro, que tal pintar de azul”? Sugeriu o palhaço Pepe, ” fica mais divertido que esse falso couro de elefante, tão feio e brilhante”.
Por mais bizarra que parecesse a ideia, todos votaram a favor. E depois de pronto foi azul que o elefante se tornou.
continua